Jantar de aniversário

JANTAR DE ANIVERSÁRIO
DA TERTÚLIA LITERÁRIA E ARTÍSTICA
PARLATÓRIO


Realiza-se no próximo dia 22 de Outubro o jantar do 21º aniversário
da Tertúlia Literária e Artística PARLATÓRIO, com música ao vivo,

no Restaurante da Ordem dos Engenheiros, pelas 20H00,
sito na Avenida António Augusto de Aguiar, nº 3, em Lisboa
(pelo metro - linha azul - saída: Parque).

O custo do jantar é de 30,00 € e as marcações deverão ser feitas ou pelo email joao.barao@sapo.pt ou pelos telefones 217820124 e 217964266 (este com gravador) até ao dia 20 de Outubro.

MENU

APERITIVOS
Whisky, Gin, Favaios, Martini e Sumo de Laranja
Croquetes, Bolinhos de Bacalhau, Delícias de Camarão
Folhados Mistos, Chamuças e Frutos Secos

PRATOS
Sopa de Peixe à Cabo Espichel
Perna de Vitela Assada à Parisiense

SOBREMESAS E BEBIDAS
Mesa de Queijos, Doces e Frutas
Vinhos Branco e Tinto Douro "DOC"
Café, Águas, Refrigerantes e Cervejas

500º aniversário do nascimento e Fernão Mendes Pinto

Este ano, como já foi referido, a Tertulia Literária e Artística PARLATÓRIO, destaca as comemorações do 100º Aniversário do nascimento do Escultor Martins Correia e as comemorações do 500º Aniversário do nascimento de Fernão Mendes Pinto. Deste último, destacamos o seguinte:

Passa por ter feito parte da primeira expedição portuguesa que logrou alcançar o Japão, em 1543, sendo como tal um dos responsáveis pela introdução das armas de fogo naquele país.

Ainda pequeno, um seu tio levou-o para Lisboa onde o pôs ao serviço na casa de D. Jorge de Lencastre, Duque de Aveiro, filho do rei D. João II. Manteve-se aqui durante cerca de cinco anos, dois dos quais como moço de câmara do próprio D. Jorge, facto importante para a comprovação da sua descendência de uma classe social que contradizia a precária situação económica que a família então detinha.

Em 1537, parte para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatos da sua obra Peregrinação, «foi durante uma expedição ao mar Vermelho em 1538, Mendes Pinto participou num combate naval com os otomanos, onde foi feito prisioneiro e vendido a um grego e por este a um judeu que o levou para Ormuz, onde foi resgatado por portugueses.

Acompanhou a Malaca Pedro de Faria, de onde fez o ponto de partida para as suas aventuras, tendo percorrido, durante 21 acidentados anos, as costas da Birmânia, Sião, arquipélago de Sunda, Molucas, China e Japão. Numa das suas viagens a este país conheceu S. Francisco Xavier e, influenciado pela personalidade, decidiu entrar para a Companhia de Jesus e promover uma missão jesuíta no Japão.

Em 1554, depois de libertar os seus escravos, vai para o Japão como noviço da Companhia de Jesus e como embaixador do vice-rei D. Afonso de Noronha junto do daimyo de Bungo. Esta viagem constituiu um desencanto para ele, quer no que se refere ao comportamento do seu companheiro, quer no que respeita ao comportamento da própria Companhia. Desgostoso, abandona o noviciado e regressa a Portugal.

Com a ajuda do ex-governador da Índia Francisco Barreto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios realizados pela pátria, que lhe deram direito a uma tença, que nunca recebeu. Desiludido, foi para Vale de Rosal, em Almada, onde se manteve até à morte e onde escreveu, entre 1570 e 1578, a obra que nos legou, a sua inimitável Peregrinação. Esta só viria a ser publicada 20 anos após a morte do autor, receando-se que o original tenha sofrido alterações às quais não seriam alheios os Jesuítas.

Deixou-nos um relato tão fantástico do que viveu (a Peregrinação, publicada postumamente em 1614), que durante muito tempo não se acreditou na sua veracidade; de tal modo que até se fazia um jocoso dito com o seu nome: Fernão Mendes Minto, ou então ainda: Fernão, mentes? Minto!.

Falecimento do Embaixador Dário Castro Alves

Faleceu em Fortaleza no passado dia 6 de Junho, o nosso querido amigo, Embaixador Dário de Castro Alves, grande amigo da Tertúlia Literária e Artística Parlatório.

Dário Moreira Castro Alves, ex-embaixador do Brasil em Lisboa, é autor de Era Lisboa e Chovia, Era Tormes e Amanhecia e Era Porto e Entardecia, sobre a obra de Eça de Queirós, e Luso-Brasilidades nos 500 Anos. Foi presidente do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira para o Desenvolvimento do Mundo de Língua Portuguesa e sócio-correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Foi Sócio Honorário da Tertúlia Literária e Artística Parlatório, em Lisboa.

No dia 7 de Fevereiro os Tertulianos homenagearam o falecido escultor Martins Correia, que faria se fosse vivo, 100 anos de idade. Por isso fomos à Golegã, sua terra natal, prestar homenagem ao sócio fundador e honorário da Tertúlia Literária e Artística Parlatório, colocando uma coroa de flores junto à campa (cinzas).

João Barão em breves palavras enalteceu as qualidades do Mestre como homem e artista.

Seguiu-se uma visita ao Museu Martins Correia, seguido de almoço no Restaurante “Cu da Mula“.

Da parte da tarde visitámos o Museu de fotografia Carlos Relvas.

No Museu Carlos Relvas









Museu Carlos Relvas












Aspecto do almoço no restaurante "Cu da Mula"












No Museu Martins Correia









O Presidente da Tertúlia, João Barão usando da palavra









Comemorações do Centenário do Mestre Martins Correia

Integrada nos Comemorações do centenário do nascimento do Mestre Martins Correia, a Tertúlia Literária e Artística PARLATÓRIO promove uma deslocação à Golegã, terra natal do Mestre, no dia 7 de Fevereiro (data do seu aniversário natalício), com o seguinte programa.

O Transporte será por conta própria.

PROGRAMA

10.30 – Concentração junto à Igreja.
11.00 – Deposição das flores junto às cinzas do mestre que se situam junto ao antigo Museu Martins Correia.
11.30 – Visita ao Museu de fotografia Carlos Relvas.
13.00 – Almoço no restaurante Central (cada um pagará o seu almoço).
15.00 – Visita ao Museu Municipal Martins Correia – Equuspolis.

Actividades para 2010

Durante o ano de 2010 a Tertúlia Literária e Artística PARLATÓRIO, irá dedicar as suas actividades às comemorações do centenário do nascimento de Martins Correia e do 5º centenário do nascimento de Fernão Mendes Pinto.

Joaquim Martins Correia

Nascido na Golegã, a 7 de Fevereiro de 1910. Distinguiu-se no campo das artes plásticas em Portugal, principalmente na escultura. Órfão desde pequeno, na sequencia da morte dos pais com a chamada “pneumónica”, ficou ao cuidado de uma senhora que o veio a colocar na Casa Pia. Com o nº 393, ingressou na Casa Pia, em Novembro de 1922, onde concluiu o curso industrial, tendo-lhe sido concedida uma bolsa de estudo para frequentar a Escola de Belas Artes de Lisboa, onde se matriculou no curso de desenho no ano de 1928, apesar de se ter diplomado em escu ltura. IIniciou uma longa actividade profissional na pedagogia da arte, ainda como aluno, quando foi encarregue, pela direcção da Casa Pia de Lisboa, de auxiliar os professores de desenho da escola . De 1936 a 1938, foi professor do Ensino Técnico Profissional, na Escola Rafael Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha, e em Lisboa, nas Escolas Marquês de Pombal (ano lectivo de 1938/1939), Machado de Castro ( 1939/1940), Afonso Domingues (1940/1941) e António Arroio (1941/1942). Começou a expor no ano de 1938. Em 1940 os seus trabalhos mereciam destaque na exposição da Missão Estética de Viana do Castelo, onde o Cruzeiro do Minho mereceu referencias de primeira pagina no Jornal O Século. Esteve presente na Exposição do Mundo Português, em Lisboa, com os escultores Barata Feio, Leopoldo de Almeida, Canto da Maia, António da Costa, Rui Gameiro, Francisco Franco, António Duarte e João Fragoso. Durante os anos de 1936 e3 1942, participou assiduamente nos salões do SPN-Secretariado de Propaganda Nacional, sendo premiado em escultura, assim, como nos salões da Sociedade Nacional de Belas Artes. De 1944 a 1945 esteve em Espanha e Itália, com uma bolsa de estudos que recebeu do Estado. Nesta década Martins Correia acumulou os Prémios Nacional da IV Missão Estética de Ferias de Viana do Castela (1940), do Mestre Soares dos Reis( em 1942), do Mestre Manual Pereira, nos anos de 1943 e de 1947, de Escultura do Secretariado Naciopnal de Informação, do Salão de Lisboa de 1947 e ainda, a 1ª medalha do III Salão Provincial da Beira Alta( 1949). Em 1951, tornou-se Presidente da Secção de Cultura Artística da Sociedade de Geografia de Lisboa. Em 1957, faz uma exposição individual na Galeria do Diário de Noticias, pela qual obteve o prémio Mestre Luciano Freire, da Academia Nacional de Belas Artes, sendo também Medalha de Prata da Junta de Turismo de Cascais. Foi ainda condecorado com a Ordem da Instrução Pública, pelo Ministério da Educação Nacional. Seis anos depois obtêm o 2º prémio com o Monumento ao Padre Manuel Nóbrega/ em São Paulo, no Brasil, e com o Monumento à Mulher Portuguesa do Ultramar. A Rádio mereceu também o seu contributo ao realizar em 1965, o programa “Assuntos de Arte”, na antiga Emissora Nacional. A sua estatuária é composta de originais soluções decorativas policromáticas que aligeiram as suas figuras do solene compromisso oficial, sobretudo a partir de 1968 com a utilização de intensos vermelhos, ocres, pretos, verdes, brancos, azuis e amarelos, pintados nos materiais escultóricos. Das obras mais representativas de Martins Correia, algumas, estão expostas em espaço público e acessível a todos os cidadãos. Na Golegã, os relevos em bronze, no Palácio da Justiça, dignificam a sua fachada principal; o painel em cerâmica , de sete metros por três , exposto na fachada da sua Casa Convívio, com motivos fragmentados de representação dos desenhos coloridos expostos na Dinamarca, a estátua “A Camponesa” e o grupo escultorico “O Povo de Amor Cantava”, são disso exemplo. O seu nome, foi dado à Escola E.B. 2,3/ S do Concelho. Em Lisboa, a sua exposição vai desde a composição escultorica no Café Imperio , até à decoração da escadaria da sala de recepções do Hotel Ritz, passando pela estátua em pedra de D. Pedro V, na Faculdade de Letras, pelo relevo A Justiça e o Povo, no Palácio da Justiça, pela rainha Santa Isabel de bronze, instalada na Biblioteca-Museu Luz Soriano da Casa Pia de Lisboa, pela estátua de granito rosa representando Fernão Lopes, patente na Biblioteca Nacional de Lisboa, e pela decoração artística da estação do Metropolitano de Picoas e do átrio da Torre Vasco da Gama, no Parque das Nações. Martins Correia trabalhou muitos anos num atelier municipal da Câmara Municipal de Lisboa e realizou alguns trabalhos para jardins e edifícios municipais, como a estátua em pedra de Bartolomeu de Gusmão, tendo sido membro do Conselho de Arte e Arqueologia da Câmara Municipal de Lisboa. A Câmara Municipal de Lisboa, um ano após a sua morte homenageou este exímio artista, escolhendo para o efeito a via pública junto à sua arte inscrita nas paredes do Metropolitano de Lisboa, na estação de Picoas, atribuindo, assim, o seu nome ao arruamento constituído pela passagem publica entre a Avenida Fontes Pereira de Melo e a Rua Eng. Vieira da Silva, na Freguesia de São Jorge de Arroios. Em Coimbra, a sua estátua de Garcia de Horta embeleza o Instituto de Medicina Tropical. Em Castelo Branco, a de Amato Lusitano; em Viseu, a do Infante D. Henrique; em Pinhel, o grupo escultórico em bronze do Palácio da Justiça; tal como a decoração dos Palácios da Justiça na Figueira da Foz e em Leiria, acrescendo, neste ultimo, também a escultura da Justiça que decora a fachada. Do seu vastíssimo espólio distribuído pelo País incluiu-se também a estátua do Papa Pio XII, para a Exposição de Arte Sacra Missionaria, realizada no Mosteiro dos Jerónimos , que foi oferecida ao Seminário de Almada . Também fora deste Portugal à beira mar plantado, o Mestre perpetuou sua obra fazendo em gesso a estátua do Santo S. Francisco Xavier, em Goa, aquando do seu centenário. Em 1958, ainda para esta cidade, executou, as estátuas em bronze de Luís de Camões, que lhe valeram o Prémio Diário de Noticias. Na cidade de Lourenço Marques, hoje denominada Maputo , realizou a decoração escultórica da Capela do Paquete de Vera Cruz, as estátuas de Dada Vaidia e as dos quatro evangelistas, em pedra, para a Catedral de Bissau, bem como os bustos em bronze de Jaime Cortesão, Augusto de Castro, Nuno Simões, Olegário Mariano, Miguel Torga, Fernando Namora, Natércia Freire, Sofia de Mello Breyner e a estatua de Bartolomeu Dias (1973). A sua obra retratava bem o pensamento deste artista que considerava que «(…) a arte do século XX será (…) idealista e poética ao mesmo tempo que popular» e « (…) nenhuma coisa pode ser nacional, senão é popular». Mestre Martins Correia foi tambem membro do Conselho Técnico de Exposição Portuguesa do Rio de Janeiro, assim como, fez parte das exposições internacionais do Rio de Janeiro, de Bruxelas, na Ibero-Americana de Barcelona, e na de desenhos de Lausanne, na Suiça. Em 1971, foi Prémio de Grande Mérito Artístico na Exposição de Lourenço Marques. Em 1973, foi convidado pela Sociedade Nacional de Belas Artes a fazer uma exposição retrospectiva onde apresentou 300 obras de escultura, desenho, medalhistica e desenho colorido, versando sobre o período de 1939 a 1973. no dia 24 de Março, desse mesmo ano, proferiu a sua última lição na secção casapiana de Pina Manique e das várias cerimonias que assinalaram a sua despedida ficou também a sua condecoração com a Ordem de Santiago da Espada. Sete anos depois, já na década de oitenta, como decano dos escultores casapianos, também não faltou à Exposição Casa Pia de Lisboa /200 Anos– Artistas Casapianos. Em Novembro de 1982, foi homenageado, na Golegã, em cerimonia presidida pelo então Presidente da Republica, General Ramalho Eanes´, com a inauguração da sua estátua “A Camponesa”, defronte à antiga Cadeia e Estação Telégrafo, e a abertura do Museu Municipal Martins Correia, com um vastíssimo espólio doado ao Município, dois anos depois. No ano de 1990, voltou a ser agraciado com a Ordem de Santiago de Espada (grau de Grande Oficial), pelo Presidente da Republica, Dr. Mário Soares, distinção que assumiu como sendo a sua arte a ser medalhada. Foi igualmente galardoado no estrangeiro, nomeadamente na Noruega, com o Prémio Internacional de Gravura, e em Bruxelas, com o Prémio Internacional de artes Plásticas. Temas como o cavalo, o touro, a terra e a mulher, são representativos nas suas obras, evidenciando a ligação profunda de Martins Correia às suas raízes goleganenses, ribatejanas e portuguesas. Está representado no Museu de Arte Contemporânea de Lisboa, no Museu Soares dos Reis, na Invicta, no Museu Regional de José Malhoa, no Museu de Arte Moderna de Madrid e claro, no Museu Martins Correia. Até à data da sua morte esteve representado em apenas algumas colecções particulares, porque não gostava de vender a sua obra como refere no artigo “Martins Correia– Um escultor com o condão da poesia”: “Sempre me custou muito vender as coisas, por isso é que tenho assim tanta coisa acumulada. Tenho muitas coisas que as pessoas até querem comprar quando vêm cá, mas também há uma grande insuficiência que é não terem, de facto, dinheiro para as comprar. O nosso trabalho tem que ser um dia compensado. Ou em vida, que é a minha, ou então na minha ausência . Mas paguem, pelo menos, isso que eu fiz, tenho uma obra pouco basta”. No decorrer da sua vida Mestre Martins Correia também colaborou para a Antologia Poética da Mulher com 26 desenhos coloridos, foi vogal efectivo da Academia Nacional de Belas Artes e ainda conseguiu tempo para publicar um livro de poesia/poemas. Em 1998, na Golegã, inaugura a estátua “O Povo de Amor Cantava”, junto à Igreja Nossa Senhora dos Anjos. A Galeria Verney, em Oeiras, prestou-lhe homenagem no dia do seu 90º aniversario de nascimento, nos denominados “Encontros de Escultura” com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Golegã, Dr. José Veiga Maltez, Dr. Nuno Lima de Carvalho e Professor escultor Lagoa Henriques, que abordaram a arte escultorica deste Mestre goleganense. Também com a presença do Dr José Veiga Maltez, a TERTÚLIA LITERÁRIA E ARTÍSTICA PARLATÓRIO ( da qual foi sócio fundador e honorário) lhe prestou homenagem no dia do seu 90º aniversário natalício, tendo descerrado , no local onde se encontram as suas cinzas, uma placa feita em pedra da regiãoFalecido aos 89 anos, no dia 30 de Julho de 1999, o Mestre Escultor Martins Correia deixa uma obra que marca várias décadas da escultura, que o torna um dos maiores escultores portugueses do século passado. Uma das suas últimas preocupações foi a conservação do seu espólio, pois encontrava-se num edifício setecentista, sem condições para seu acolhimento. O pelouro da Cultura da Câmara Municipal, em 2002, projectou a sua transferência para o edifício Equuspolis, pensado para o acolher com dignidade e para que as gerações vindouras dele possam desfrutar, o que se veio a verificar em 10 de Maio de 2003.